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O mulato Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir. Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias. — Mulato! Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue. AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento) O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois
Antiode
Poesia, não será esse
o sentido em que
ainda te escrevo:
flor! (Te escrevo:
flor! Não uma
flor, nem aquela
flor-virtude — em
disfarçados urinóis).
Flor é a palavra
flor; verso inscrito
no verso, como as
manhãs no tempo.
Flor é o salto
da ave para o voo:
o salto fora do sono
quando seu tecido
se rompe; é uma explosão
posta a funcionar,
como uma máquina,
uma jarra de flores.
MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento)
A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação poética de
Sobre a primeira estrofe, pode-se afirmar que
Em – (…) Não te queixas. Não pensas. Não sabes. Indigno, / ver parar, pelo meu, teu inofensivo coração. –, há uma oposição entre os corações dos dois seres relacionados no poema – cavalo e soldado – que pode ser expressa, correta e respectivamente, pelo par
O lamento do oficial pela morte do cavalo
Depreende-se do poema que, numa batalha,
Sobre o trecho – Ergueu-se então, e tirou da gaveta uma chave, atravessou a câmara nupcial, e abriu afoitamente aquela porta... –, é possível afirmar que
A oração adaptada em que há inversão do sujeito é
A expressão – ... trocando com o marido um olhar de inteligência... – significa que
As ações da heroína, no momento em que vai dar a Fernando acesso ao aposento da reunião, demonstram que ela
Em – Fernando, ao penetrar nessa câmara nupcial, esqueceu um momento a pungente recordação... –, a expressão destacada é antônima a
Sobre o texto, pode-se afirmar queI. o recurso da adjetivação foi empregado de modo a contribuir na construção de certo suspense; II. a heroína figura com características tipicamente românticas, tais como fragilidade, insegurança, ingenuidade; III. a tensão existente entre as personagens é perceptível e gira em torno de uma disputa matrimonial.Está correto o que se afirma apenas em
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