I. ✅ Correta
A moral kantiana, alicerçada na possibilidade do imperativo categórico, não dá conta de deliberar sobre ações em situações particulares, em que se consideram as consequências previsíveis das ações que requer o resgate da prudência aristotélica.
Isso está de acordo com uma crítica recorrente à moral kantiana: sua rigidez e formalismo não se adaptam bem a decisões morais complexas, nas quais a prudência (virtude prática de Aristóteles) é necessária.
👉 Está correta.
II. ❌ Incorreta
A moral kantiana considera as motivações dos atos, os seus fins e fornece os critérios formais (e, por isso, universais) de deliberação, na forma de um dever, um mandamento que a razão dá à vontade e, assim, pode prescindir da experiência.
O problema está na parte: "considera os seus fins".
Kant não considera os fins no sentido teleológico, como Aristóteles. O foco está na intenção conforme o dever, e não nas consequências ou no objetivo da ação.
👉 Portanto, essa afirmação é parcialmente incorreta.
III. ✅ Correta
A ética aristotélica considera as motivações dos atos, os fins (o bom, o justo e a felicidade) e trata de julgar caso a caso, segundo os critérios extraídos da experiência; opera assim por imperativos hipotéticos.
A ética aristotélica é realmente teleológica e casuística (analisa caso a caso), baseada na experiência prática e guiada pela prudência.
Embora "imperativos hipotéticos" seja um termo kantiano, aqui parece usado apenas para contrastar com o universalismo de Kant.
👉 Está correta.
IV. ❌ Incorreta
A ética aristotélica considera que a virtude se identifica com a razão, cujo desenvolvimento, isto é, do movimento da potência ao ato, é um fim determinado pela natureza.
Embora esse trecho esteja próximo da doutrina aristotélica, a virtude não se identifica com a razão, e não é um fim natural automático. O desenvolvimento ético exige formação, hábito e escolha deliberada, não é simplesmente um fim natural que se cumpre automaticamente.
👉 Está errada ou, ao menos, imprecisa.
✅ Gabarito: Letra D – I e III apenas